O PET Pesca

O PET PESCA DA UFRPE: Histórico, Marco Referencial e principais atividades desenvolvidas.
Por: Maria do Carmo F. Soares (Ex-Tutora PET/Pesca)

    O Programa de Educação Tutorial do curso de Engenharia de Pesca (PET/Pesca) da Universidade Federal Rural de Pernambuco foi criado em 1988, sendo o primeiro PET fundado na UFRPE. A sua proposta de implantação foi elaborada pela Prof^a. Liana Marília Barroso Fernandes, para o programa da CAPES, com o objetivo de melhorar a qualidade da formação dos alunos, incentivando seu ingresso na pós-graduação.            

            Nessa proposta de implantação do PET no curso de Engenharia de Pesca, apresentada à CAPES em 1988, a Prof^a Liana Marília Barroso Fernandes, destacou no item NECESSIDADE E IMPORTÂNCIA DE UM PET PARA O CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA o seguinte: “A formação de um profissional qualificado exige uma atualização constante e só pode ser firmada por uma universidade quando o discente apresenta potencial intelectual e cultural adequado. Num ambiente não estimulador, esse potencial pode não ser aproveitado na sua plenitude e foi evidentemente da compreensão da importância desse aspecto, a origem do PET”.

            De fato, com uma trajetória de 22 anos, o grupo PET/Pesca vem ajudando a qualificar um profissional mais preparado e consciente de suas obrigações, tendo ao longo da existência desenvolvido um ambiente estimulador, por onde foram passando tutores e bolsistas compromissados com a educação.

            Durante os tempos áureos do programa, o grupo serviu de exemplo para a implantação dos outros grupos da UFRPE e, no Nordeste. A tutora que se seguiu a primeira, Prof^a. Vera Lúcia Almeida Vieira foi convidada a participar do Comitê de Avaliação Nacional instituído pela CAPES, representando o grupo e a universidade em função do mérito das atividades desempenhadas por esse grupo na área das ciências agrárias.    

            Ainda, numa visão futurista, a primeira tutora discorreu em sua proposta: “ A implantação do PET no curso de Engenharia de Pesca da UFRPE é uma necessidade crucial, pois permitirá o entrosamento e a integração dos alunos mais qualificados, gerando a necessária massa crítica de profissionais capazes de, no seu campo de atuação, promoverem o desenvolvimento de tecnologia, indispensável à eficiência da pesca no país” ( Fernandes, 1988).

            É inquestionável a qualificação de um bolsista PET, basta fazer uma pequena retrospectiva e identificar o número de alunos laureados do curso de Engenharia de Pesca que pertenceram ao PET/Pesca, alunos que após a conclusão do curso se destacaram na pós-graduação, em nível nacional e até internacional e na vida profissional, tornando-se pessoas que conseguiram ingressar na academia e, hoje, são professores de universidades, além de outros que se encontram atuando no setor pesqueiro.   

            O grupo vem desenvolvendo de maneira contínua, atividades que contemplam a tríade ensino, pesquisa e extensão, fortalecendo e complementando o curso de Engenharia de Pesca da UFRPE em todas as suas áreas de atuação. Dentre as principais atividades realizadas pelo PET/Pesca no decorrer de sua história podem ser citadas: visitas técnicas; publicações e apresentações de trabalhos; participação e organização de eventos; dinâmicas de grupo; reuniões administrativas; exibições de vídeos; estudo de língua estrangeira; apresentação de seminários, entre outras. Todas as atividades visam fomentar uma visão holística das áreas de atuação do Engenheiro de Pesca, preparando o petiano para o mercado de trabalho e para a pós-graduação.

Entre as atividades relevantes, realizadas no decorrer dos 22 anos de existência do grupo, é possível destacar algumas, de maior amplitude no processo de aprendizado dos alunos e na transmissão de conhecimentos para a comunidade acadêmica, principalmente do curso de Engenharia de Pesca, que sempre se mostraram receptiva, gerando um grande efeito multiplicativo. Destacam-se entre elas:

a) Semana do Engenheiro de Pesca (anual), que depois de suas 13 (treze) edições, sob a organização do grupo PET de Engenharia de Pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco, tendo por objetivo valorizar o profissional da Engenharia de Pesca e divulgar as principais atribuições dessa categoria, com palestras, mesas redondas e minicursos, evoluiu para um evento regional, tendo acontecido em 2008, a primeira Semana Nordestina de Engenharia de Pesca em São Luís do Maranhão.

b) Diário de Bordo é uma publicação trimestral elaborada pelo grupo, com tiragem de 500 exemplares, disponibilizado em formato impresso e, eletrônico, no site da Universidade Federal Rural de Pernambuco, que vem sendo publicado de forma contínua. Em 2010, o Diário de Bordo, encontra-se no seu 16^o (décimo sexto) ano de edição e, no ano de 2008, foi solicitado ao Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia o código ISSN - Número Internacional Normalizado para Publicações Seriadas (International Standard Serial Number) para o informativo, que passou a integrar o ISSN 1982-9205. Esse informativo visa à divulgação do Programa de Educação Tutorial do curso, eventos e artigos científicos na área de Engenharia de Pesca e Recursos Pesqueiros, para a comunidade acadêmica da UFRPE e de outras Instituições de Ensino Superior com cursos de Engenharia de Pesca. As matérias publicadas são de autoria dos integrantes do PET/Pesca, alunos, professores  e interessados em Engenharia de Pesca.

c) Boas-vindas Fera! Essa atividade de recepção aos calouros busca levar conhecimentos aos novos ingressantes do curso, promovendo palestras e visita aos Laboratórios do Departamento de Pesca e Aqüicultura (DEPAq), além de faixas de boas vindas e confecção de mural temático com explicações sobre o PET.

d) Exposições em Feiras e Colégios, inicialmente, quando ainda não havia na UFRPE, a Feira das Profissões, e os alunos do grupo se deslocavam até as Escolas pra divulgarem o curso. Posteriormente, os bolsistas do PET/Pesca continuaram a divulgação expondo em stand dentro da UFRPE, durante as feiras das profissões, destacando o Programa e o Curso;

e) Quarta da Comunicação PET/Pesca, atividade implantada em 2002, como uma ação de extensão que serviu de instrumento de aprendizado da comunidade acadêmica aproveitando o horário de almoço, onde uma grande quantidade de informações, sob a forma de palestras, de amplo espectro, foi realizada e ocupou um espaço e horário, até então não utilizado, sendo mais um mecanismo de ensino-aprendizagem que perdurou até 2004, sendo inclusive, um exemplo seguido por outros grupos PET/Pesca da UFRPE, que implantaram o Quinta Ciência (PET/Biologia) e o Quarta Florestal (PET/Engenharia Florestal) 

f) Seminários de Conscientização sobre o uso de drogas no DEPAq, que vêm se desenvolvendo, desde 2004, como uma atividade de extensão, cujo objetivo é proporcionar conhecimentos sobre a prevenção do consumo de substâncias psicoativas e conscientizar educadores, alunos, funcionários e interessados da comunidade acadêmica da UFRPE, sobre os riscos e os danos decorrentes do consumo de drogas, e já foi realizado, consecutivamente, 6 vezes, nos anos de 2004 a 2009, estando em fase de organização, a sua sétima edição, relativa à 2010. Os eventos têm consistido em palestras e mesas-redondas, que incluem psicólogos e especialistas da área, além de depoimentos de ex-dependentes químicos, contribuindo, assim, para despertar a consciência dos participantes acerca do problema.

g) Leitura e Tarde Literária, uma atividade que veio estimular a leitura entre os integrantes do grupo, com vivências que culminam numa tarde literária onde são apresentados sob a forma de poesias, seminários e encontros, os resultados das leituras realizadas, ocorrendo o intercâmbio do livro, ou seja, em geral os alunos trocam livros do seu acervo particular para a realização desta atividade;

h) Aulas PET/Pesca, instituídas a partir de 2004, entre suas atividades de ensino, a aula, um instrumento didático, que é ministrada pelo bolsista, referente a uma disciplina já cursada pelo mesmo, para alunos da graduação do curso de Engenharia de Pesca. Essa aula é  supervisionada pelo professor responsável da disciplina e vem proporcionando aos bolsistas um treinamento pedagógico em sala de aula, fortalecendo sua formação.       

            i) PET/Pesca na Associação dos Engenheiros de Pesca de Pernambuco (AEP-PE). A presença nas reuniões da Associação de Engenheiros de Pesca do Estado de Pernambuco, dos bolsistas e não-bolsistas do PET/Pesca, tem garantido uma intensa participação dos acadêmicos no meio profissional, permitindo maior aproximação e discussão da realidade do setor pesqueiro do Estado de Pernambuco.

j) As sessões do Trocando Idéias, surgiram dentro das comemorações de 20 anos do grupo e, consiste em depoimentos e conversas do grupo com pessoas (professores, pesquisadores, ex-alunos, profissionais da área, pescadores, dentre outros) convidadas, a participarem desta ação, para visitarem o Departamento de Pesca e Aqüicultura, transmitindo conhecimentos, cultura e experiência de vida e profissional.

l) Visitas técnicas são atividades previstas desde a concepção dos grupos PET, com a finalidade de levar os alunos a campo, de forma a observarem empresas, empreendimentos, laboratórios, dentre outros, para fortalecer a compreensão da futura atuação profissional e reforçar aspectos culturais. No caso do PET/Pesca empreendimentos aquicolas, a exemplo de fazendas de criação de peixes e camarões, empreendimentos de processamento de pescado, indústrias pesqueiras de beneficiamento, barcos de pesca, estaleiros e museus fazem parte dos locais explorados.

m) Iniciação científica em atividades de pesquisa de forma individual, ou seja, cada   bolsistas e não-bolsistas desenvolve sua iniciação científica, participando de pesquisas nos diversos laboratórios do Departamento de Pesca e Aqüicultura (DEPAq) e/ou outros departamentos da UFRPE e de outras instituições (Universidade Federal de Pernambuco; Instituto de Pesquisa Agropecuária), com orientação respectiva do pesquisador responsável. A partir de sua seleção para o programa, os alunos são motivados para buscarem laboratórios e temas de acordo com seu interesse e aptidão, recomendando-se que, se possível, diversifiquem as áreas de pesquisa, passando por mais de um Laboratório como forma de vivenciar diferentes áreas, dentro da Engenharia de Pesca.

            Ainda, a tutora e os bolsistas participam ativamente dos encontros locais, a exemplo do Encontro dos Grupos PET do Estado de Pernambuco (PET-PE), alguns dos quais foram coordenados pelo Grupo PET/Pesca; regional, como o Encontro Nordestino dos Grupos PET (ENEPET), já sediado no Estado de Pernambuco pelos grupos PET da UFRPE e UFPE, além de participação da atual tutora, a convite, em mesas redondas e palestras dos encontros sediados em outras capitais do Nordeste e do nacional. O Encontro Nacional dos Grupos PET (ENAPET), cuja oitava edição aconteceu em Recife, teve como coordenadora do evento, a atual tutora do PET/Pesca Prof^a. Maria do Carmo F. Soares, ocasião em que o encontro, ocorreu oficialmente integrado a 55^a Reunião Anual da SBPC, em julho de 2003, na UFPE, tendo sua abertura sido feita, pelo então Ministro da Educação Prof. Cristovam Buarque.